Guimarães apresenta uma área florestal extensa com cerca de 78 km2
que corresponde a 32,4% da área total do concelho, superando a média
europeia que se cifra nos 30%. As áreas florestais são relativamente
homogéneas e apresentam povoamentos mistos de Pinus pinaster e
Eucalyptus globulus. As atuais áreas florestais apresentam espécies
autóctones de entre as quais se destaca o Quercus robur, o Prunus
lusitanica, o Arbutus unedo e a Ruscus aculeatus e espécies alóctones
como o Castanea sativa ou a Fagus sylvatica que se encontram
bem-adaptadas.
Guimarães apresenta,
ainda, uma comunidade faunística relativamente diversificada, onde se
incluem anfíbios, répteis, aves, mamíferos e peixes com diferentes
estatutos de conservação. De entre os anfíbios são frequentes o Triturus
marmoratus, a Rana iberica, o Bufo bufo, estando estas incluídas nas
espécies protegidas, mas não ameaçadas. Existem várias espécies de aves
muito frequentes na cidade de Guimarães de entre as quais se destaca a
Streptopelia turtur por ser uma espécie vulnerável e estritamente
protegida, a Delichon urbica e o Phoenicurus ochruros, que são espécies
não ameaçadas, mas estritamente protegidas. Entre as espécies de
mamíferos mais frequentes encontra-se o Crocidura russula, o Oryctolagus
cuniculus, o Apodemus sylvaticus, a Rattus rattus, o Mus musculus e a
Vulpes vulpes; é de referir que nenhuma destas espécies se encontram
entre as ameaçadas. As espécies de peixes mais frequentes no concelho de
Guimarães são o Esox lucius que é comercialmente ameaçada, a
Oncorhynchus mykiss, a Salmo trutta trutta que se encontra que
criticamente ameaçada e a Salmo trutta que não está ameaçada.
Reconhecendo
a importância da biodiversidade e dos serviços ecossistémicos que dela
advém, do conhecimento de que quase 200 espécies visadas pela Diretiva
de Habitats estão relacionadas com os ecossistemas urbanos, Guimarães
tem em marcha um plano de proteção e promoção da biodiversidade de
Guimarães – Património Natural (P2GREeN), distinguido como um exemplo de
Boa Prática pelo programa Europeu URBACT da Comissão Europeia.
+ P2GREeN
Montanha da Penha - Um dos principais Ecossistemas em Guimarães

A Montanha da Penha é um dos principais ecossistemas do concelho.
Parte desta é abrangida pela Rede Ecológica Nacional (REN),
correspondendo a 58,33% do total da área REN do concelho, albergando
diversos tipos de habitats e comunidades vegetais e animais relevantes
em termos de biodiversidade e Conservação da Natureza, sendo um local de
uma enorme diversidade arbórea, onde predominam os carvalhos na sua
maioria, mas também sobreiros, medronheiros, ciprestes, cedros e tílias.
Embora densa, a vegetação da Penha
não é muito variada e encontra-se alterada em relação à Fauna natural. A
intervenção do Homem retirou progressivamente algumas espécies, mas por
um lado, recentemente, foi feita uma introdução gradual de algumas
espécies autóctones, mas por outro, na altura que foram construídos os
palacetes na época do romantismo, foram trazidas espécies vegetais de
outros locais do mundo, que se tornaram invasoras, predominando as
plantas exóticas com um certo requinte de romantismo dos finais do séc.
XVIII, altura em que se começaram a divulgar as flores e as plantas
exóticas vindas do Oriente, especialmente através das exposições que
tinham lugar nas grandes cidades (Porto e Lisboa).
Observadas
atentamente, as espécies do parque florestal da Penha constituem um
autêntico oásis, uma espécie de santuário natural, cujas árvores
irradiam beleza e energia para todas as terras circunvizinhas, possui
uma flora riquíssima, essencialmente mediterrânica, fruto da geologia e
do microclima da Serra.
No que concerne à diversidade faunística, podemos encontrar uma grande variedade de espécies animais.
É
possível verificar algumas espécies ao longo destes percursos e no
próprio cume da montanha, nomeadamente, a alvéola-branca, o
pisco-de-peito-ruivo, o cartaxo-comum, o chapim-real, o
chapim-carvoeiro, o chapim-rabilongo, o chapim-azul, o gaio, o
tentilhão, o lugre, o pintarroxo, o tordo-comum, o pica-pau-verde, a
trepadeira-azul, a trepadeira-comum e a cotovia-arbórea. Na época
estival, é possível observar o noitibó-cinzento a caçar insetos ao redor
do Santuário de Nossa Senhora do Carmo da Penha.
No
topo da montanha, onde a estrelinha-real é frequente, os locais mais
favoráveis para a ocorrência de aves são os parques de estacionamento, a
zona que circunda o parque de campismo e junto ao Santuário de Nossa
Senhora do Carmo da Penha.
Próximo do meio
rural, é possível encontrar também esquilos roedores, melros, carriças,
toutinegras. Ocorrem outras espécies com particular importância em
termos de Conservação da Natureza, como os verdelhões, cerzinos e
tentilhões; gaios, patos-reais. No entanto, a perturbação originada pela
presença humana, causa um impacto visual e ruído, que quando ocorre
durante o período de reprodução é particularmente grave, afetando
principalmente os mamíferos.
O
Município de Guimarães tem em curso, diversos projetos que visam
promover a biodiversidade deste ecossistema, potenciando ainda o turismo
de natureza, como são exemplos o Plano de Controlo de Espécies
Invasoras, a criação de Rotas de Biodiversidade, a instalação de um
Centro Ornitológico e ainda a reflorestação de zonas ardidas ou com
intensa presença de espécies invasoras, projetos que integram o plano de
promoção da biodiversidade de Guimarães -
P2GREeN, atrás mencionado.